segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Psicólogos do Desporto...

Na última pool, acerca dos nomes mais conhecidos da psicologia do desporto nacional, tanto José Neto, Jorge Silvério, António Paula Brito, José Cruz, Pedro Almeida, Ângelo Santos e Jorge Sequeira, são nomes que estão irremediavelmente ligados a esta corrente!

Mas o que faz um psicólogo do desporto?

Que competências tem de ter?

São estas as perguntas que deixo a marinar, esperando um comentário... antes de me pronunciar...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Uma pausa!

Em nome do Blog e em meu próprio nome, venho apresentar as minhas desculpas por não manter o Blog actualizado.

Por motivos de força maior, tal não me é possível.

Fica no entanto a promessa de que voltaremos brevemente!

Saudações!

segunda-feira, 30 de junho de 2008

"Mais um" ou "um" treinador de futebol?

Um dia destes confrontei-me com um jornal regional de espinho, "Bancada Central", edição de 24 de Junho de 2008. Duas páginas (6 e 7) despertartam o meu interesse.
João Miguel é um jovem treinador que, com 25 anos, está prestes a terminar o curso de Desporto, variante de Futebol, no ISMAI, treina a Escola do Benfica em Espinho e, até muito recentemente, era treinador de um clube de futebol popular denominado "AD Guetim" onde, em 3 anos, conseguiu 2 subidas e um 4º lugar na 1ª divisão.
Apesar de já ter um currículo invejável para a idade, o que me chamou a atenção na entrevista não foram estes feitos, mas a forma como respondia às perguntas.
Vejamos:
Acerca da comunicação, João Miguel refere que "apenas 7% da linguagem verbal é assimilada pelo jogador (...) o resto é captado pela linguagem corporal e pelo tom de voz". Refere ainda que é crucial os atletas acreditarem na convicção que é transmitida, que se transmite atrevés de "objectivos positivos", onde não entram expressões como "não podemos perder este jogo", substituidas por "vamos ganhar este jogo".
Apesar de muita humildade patente durante a entrevista, João Miguel destapou um pouco o véu acerca de um dos seus segredos: a metodologia de treinos, que são pré-trabalhados e visam não só os aspectos técnicos e táctivos mas, efectivamente, os aspectos mentais: "é durante a semana que se dá a informação acerca do adversário, nunca se deve esperar pelo dia de jogo", "não é no dia de jogo que se deve lembrar aos atletas que é para ganhar mas sim durante a semana... A aprendizagem faz-se por repetição e não é minutos antes que os atletas vão ter tempo para assimilar tudo o que devem fazer.
A motivação para a tarefa parece ser conciliada com a motivação para treinar. João Miguel sabe da importância que tem em manter os atletas motivados para treinar, tendo elaborado estratégias para comprometer todos os atletas para a tarefa/objectivo.
A disciplina foi evidenciada desta forma: "(...) todos percebem que o treinador é verdadeiro e justo e a disciplica, quando aplicada, é recíproca".
Acerca da tríade objectivos/motivação/disciplina, o jovem treinador define "poucos objectivos e sou muito aberto com os meus jogadores, mas se alguém não cumprir, sabe que vai ser punido - é preciso ser inflexível".
Estes são alguns momentos da entrevista que me despertatam o interesse. Em poucas palavras poderia defenir João Miguel como assertivo, coerente, prudente, determinado e, acima de tudo, empático para com os jogadores.

Psicologia pura.

Saudações

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Portugal vs. Alemanha

Portugal 2 - 3 Alemanha

A vontade não chega.
Se até aqui a nossa equipa conseguiu ultrapassar os obstáculos (leia-se fase de qualificação, Turquia e Rép. Checa), perante uma Alemanha fria e calculista, saímos derrotados.
Na fase de qualificação, e perante as equipas mais complicadas (Bélgica, Polónia e Finlândia), tinhamo-nos visto à nora para nos qualificarmos. Como é que se pode ganhar algo com dificuldades como estas? Ah... nos jogos de preparação (Itália) fomos completamente dominados.
O futebol divide-se, claramente, em 3 vertentes: técnica, táctica e psicológica. Os terinadores de clubes devem dominar as 3. Os selecionadores devem dominar 2 (porque não têm tempo para trabalhar os aspectos técnicos).
Todos damos mérito a Scolari por dominar a vertente psicológica (por favor, nunca digam que é um bom psicólogo...) mas tacticamente (e não sou eu quem o diz), deixa muito a desejar.
É por repetição e habituação que os atletas aprendem a lidar com as situações, nos desportos de equipa. Por isso, e em relação aos 2 golos que sofremos de forma idêntica, mesmo que tenham ocorrido erros individuais, claramente que a estratégia definida para esta situação não era a mais indicada porque, naturalmente, os erros acontecem de situações que não são bem treinadas.
Fomos eliminados. Todos cometeram erros, claramente. Desde o presidente da FPF ao desgraçado do roupeiro...
Mas só para não me acusarem (nem eu me acusar a mim próprio) de xenofobismo, por não defender a continuidade de Scolari, são de ressaltar, na minha opinião, Deco e Pepe, curiosamente dois Brasileiros...
Uma palavra para o próximo timoneiro da nossa selecção... que domine minimamente todos os aspectos do desporto rei. De cá ou de fora, que não crie ódios, porque unidos já eramos antes das bandeiras.
Até daqui a 2 anos... para o mundial de 2010 na África do Sul.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Portugal vs. Suiça

Portugal 0 - 2 Suiça

E se...
... a equipa de "suplentes" ganhasse e houvesse maior competição nos treinos pela titularidade?
... a equipa de "suplentes" perdesse (e jogasse mal) e os "titulares" se sentassem à sombra da bananeira?
... os "suplentes" não tivessem aproveitado a oportunidade porque sentiram que não era uma verdadeira oportunidade?
... o treinador perdeu o respeito e seriedade que tanto exigia ao revelar a não continuidade no grupo?
... essa saída fizesse com que os jogadores se tenham santido traídos? Descomprometidos do líder? Abandonados?
... as pessoas admitissem os erros?
... levassemos uma injecção de humildade e união?
... mesmo que a arbitragem tivesse sido desfavorável, não teríamos obrigação de ganhar?
... esta derrota tiver sido crucial para que o grupo se una ainda mais em prol do mesmo objectivo rumo à final?

O próximo jogo pode ser o último de Scolari. A pergunta é... como lidarão os jogadores com esse facto?
Por curiosodade, estas foram as palavras mais utilizadas pela imprensa/comentadores desportivos: "desarticulação", "empenho", "utilidade" e, por fim, "sem importância".

Até quinta-feira...

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Portugal vs. Rép. Checa

Portugal 3 - 1 Rép. Checa
Durante os dias antecedentes falou-se da altura dos adversários, e o quão poderosos eram no jogo aéreo. Até que alguém se lembrou de dizer que se tivessemos a bola, eles não marcavam.
Esta "disputa de bola" pré-jogo pode ter estado na origem da confusão dos jogadores durante a 1ª parte do jogo, onde parecia que não havia objectividade nem entrosamento. O 1º golo de Portugal resultou de um toque de N. Gomes que, por sorte, foi parar a C. Ronaldo. E as bolas aéreas eram, efectivamente, perdidas (até foi assim que sofremos o golo do empate).
Considero que o intervalo foi o momento decisivo do jogo. Scolari talvez tenha alertado a equipa para o facto de não haver... equipa. Era necessária outra atitude.
Sem dúvida que a palestra fez bem. A equipa entrou com muito mais personalidade e vontade de ganhar. Mais incisiva sobre os movimentos atacantes e decisivos, os jogos chegaram com naturalidade, especialmente o 3º. A concentração estava realmente activada ao ponto de, uma facta na linha defensiva ter dado um golo em apenas 10 segundos - a bola estava parada mas os 3 jogadores que participaram no jogo estavam envolvidos de tal forma... que deu golo! Não é qualquer equipa que marca um golo assim (não pela dificuldade técnica, mas pelo comprometimento pelo jogo até ao último apito).
Curiosamente, com a entrada no "bom gigante", Portugal não perdeu qualquer bola de cabeça para este super-atleta. Porquê? Porque a motivação salta mais que 2 metros...
Bonito o gesto de C. Ronaldo quando referiu o seu contentamento em ter ajudado a Cruz Vermelha ao ter marcado o golo - é mais uma estratégia de motivação!
Segue-se a já desqualificada Suiça. Scolari aproveitará este jogo para dar uma injecção de motivação aos restantes jogadores não tão utilizados neste Euro2008... já a pensar nos resultados do grupo B.
Bem hajam.

domingo, 8 de junho de 2008

Portugal vs. Turquia

Portugal 2-0 Turquia

Um jogo onde Portugal era favorito e fez tudo para se adiantar no marcador. Com determinação e, acima de tudo, confiança, fomos capazes de materializar os objectivos propostos em objectivos conseguidos.
A entre-ajuda foi determinante para a vitória. Os festejos dos golos foram feitos com o banco de supentes, que demonstra uma grande união, fundamental para qualquer vitória.
Prevê-se o jogo da segunda jornada com os níveis de confiança bem elevados, assim como a motivação.
O que diferencia esta selecção (como a de 2004 e 2006) das "outras", por exemplo a "geração de ouro" de Figo, Rui Costa, João Pinto, Baía, Fernando Couto, etc... é, precisamente, o facto de sabermos, hoje, exactamente o que pretendemos. Tanto dentro como fora de campo. Isto deve-se a uma forte liderança - Scolari. Este sabe gerir emoções e soube impulsionar a motivação de todos. Todos pela mesma causa.
Dentro do campo, o "nosso" Cristiano Ronaldo deu uma grande demostração de humildade, especialmente depois da história Man Utd vs. Real Madrid. Fez questão de ser "apenas" um dos onze. Deixou o Simão bater um livre, não exagerou nas fintas, correu, fintou, enfim... foi o que costuma ser, apenas sem tanto brilho que irá, sem dúvida, aparecer...
Uma palavra para os adeptos portugueses na Suiça, que deram mais um contributo para esta união que se gerou (e tem gerado) entre a comitiva portuguesa. São estes comprometimentos, que podemos chamar de "12º" jogador que, por vezes, ganham jogos!

Até quarta-feira!
Saudações

quinta-feira, 22 de maio de 2008

A Psicologia do Desporto...

Uma das áreas emergentes, no desporto mundial, é a psicologia do... desporto.

Como tal, deixo o desafio a todos os visitantes para, de acordo com a sua memória ou conhecimento, votarem naquele nome (ou nomes) que acham que mais influência tem (ou têm) na psicologia do desporto nacional.

Os critérios para votar são os seguintes: ou porque conhecem, de facto, o trabalho da(s) pessoa(s) ou, então, apenas porque já ouviram falar no(s) nome(s).

Mas votem!

Saudações.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

O Inconsciente no desporto

De forma a compreender o comportamento humano consciente temos, sem dúvida, de compreender os fundamentos do inconsciente.

Quando se fala do inconsciente, fala-se de Freud e do Psiquismo.
Contextualizando este insconsciente, de forma a que todos possamos compreender o processo sintomático, vou tentar explicar o processo terapêutico: experiência emocional - recalcamento e esquecimento - neurose - análise através da associação livre de ideias - recordação - transferência - descarga emocional - cura.

Ou seja, o inconsciente é uma experiência (sob a forma de pensamento ou sentimento) que, consoante a forma como lidamos com isso, se torna útil (usualmente conhecido como "aprender com os erros") ou se recalca (digamos que se "esquece"). Acontece que as coisas não são assim tão esquecidas...

No desporto, não é o consciente que ganha jogos, a não ser que sejamos atletas de topo. Mas nem esses o conseguem! É o tal inconsciente que vai influenciar (nem que seja e entre outros factores) a concentração.

Não obstante, é este inconsciente que nos faz cometer o maior erro (como falhar um golo de baliza aberta).

Exemplo 1: um jogador tem 0,5s para decidir a melhor forma de bater a bola. Se nesse preciso momento o que lhe passa pela cabeça é "posso falhar..." então pronto, falhou! O insconsciente não está controlado (e não é facil fazê-lo - quiçá impossivel) e são os pensamentos mais primitivos que vêm à tona: derrota, falhanço, frustração, etc.

E isso é o que faz um grande jogador...

Hoje quem ganha o jogo é o treinador (equipa técnica) que conseguir controlar estes aspectos.

Exemplo 2: vejamos a equipa do SCP, que falhou meia-duzia de penalties esta temporada... bastou o 1º ter errado, para todos os outros, inconscientemente, falharem... já antes de chutar!

E Freud chamava a isso "inconsciente colectivo".

Bem hajam,

segunda-feira, 31 de março de 2008

"Sobredotação" ou "Talento" no desporto?

Uma das grandes dificuldades das ciências humanas e sociais prende-se com o facto de não conseguir identificar uma fronteira clara entre o normal e o não normal. A sobredotação pertence, claramente, à não normalidade.
A população destes indivíduos calcula-se entre os 3 e os 5%, sendo que a maioria não se manifesta, muito devido à falta de estimulação (Oliveira & Oliveira, 1999).

As aptidões de Mozart, Picasso, Newton ou Einstein são tão impenetráveis ao nosso entendimento que as explicamos dizendo que estes indivíduos nasceram génios. O meio não desempenha um papel interessante, se os talentos forem inatos e em grande medida fixos (Winner, 1999).

Outros psicólogos gostam de desacreditar a "psicologia popular", e o tema da sobredotação não foge à regra. No entanto, estes também têm o seu próprio mito: o de que a sobredotação é totalmente produto do meio. Argumentam que um treino intensivo, iniciado numa idade precoce, é suficiente para explicar até mesmo os casos mais extremos da sobredotação – as crianças prodígio, os sábios ou os adultos criadores (Winner, 1999).

A terminologia usada para caracterizar estes sujeitos com inteligência superior não é uniforme, onde normalmente se usam termos como “génio, talentoso ou prodígio”. Indiferentemente à nomenclatura, são sujeitos que se distinguem por possuírem uma grande capacidade intelectual e/ou artística, distanciando-se dos normais, por excesso, da mesma forma que os deficientes se distanciam, por defeito (Oliveira & Oliveira, 1999).

De Confúcio (China), Platão (Grécia) e mais recentemente Galton e Terman, um sobredotado caracteriza-se por: saúde física e mental, sucesso escolar, traços de personalidade, interesses extra-escolares, origem social, atitudes frente à vida, sucesso profissional, sentido crítico, capacidade de liderança, altas capacidades artísticas ou desportivas, mas essencialmente um QI superior a 130 (que passou a ser o critério mais seguido de identificação) (Oliveira & Oliveira, 1999).

Ao que ao desporto diz respeito, o que podemos dizer acerca dos nossos atletas? Vanessa Fernandes e Cristiano Ronaldo? Sobredotados? O que lhes podemos chamar?

A diferença enter génio e "não génio" é alguém que, para além das reconhecidas competências, acrescenta algo à humanindade (Einstein e a sua célebre E=m.c2). Logo não podemos chamar génio a um atleta? Aparentemente não... como tal, dá-se o nome de "Talentoso".

Talentoso é alguém extremamente bom numa determinada área, mas que não se distingue especialmente em mais nenhuma área. Cristiano Ronaldo é um craque da bola, mas na escola nunca se salientou dos demais.

Podemos concluir que não existem sobredotados no desporto? Por favor comentem!


Saudações

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Religião e desporto...

A célebre expressão do "graças a Deus"!

"Com a ajuda de Deus, consegui fazer o golo..."


É cada vez mais costume ouvir estas frases no final dos jogos, sejam eles de futebol ou não.
A questão que se levanta é: atribuir o mérito a "algo" superior ou uma estratégia motivacional?

Vejamos,
Quando fazemos algo e esse algo corre bem, foi "graças a Deus". Se esse algo corre mal foi porque "não foi a vontade de Deus". Até que ponto é que pode (ou não) ser uma desresponsabilização do acto. Se bem que para muitos é uma questão cultural atribuir o mérito a Deus, para outros pode ser visto como... aceitação e acomudação.

Então pode funcionar como uma estratégia de motivação, dado que o atleta pode ver em Deus algo superior, que o ajuda, que está lá para dar aquela força extra quando as pernas não aguentam. Esta ajuda é trabalhada nos treinos, ajuda inclusivamente na concentração (quantas vezes não vemos os guarda-redes brasileiros a rezar, de olhos fechados, a olhar para o céu... é também um ritual de concentração.

Por favor, opinem na janela da direita, na votação, ou comentem.

Saudações