sexta-feira, 26 de junho de 2009

Frustração no desporto de formação

Depois de ter organizado um Seminário acerca de várias valências da psicologia em contexto desportivo que, apesar do sucesso, podia ter corrido ainda melhor (se tivessem comparecido todos aqueles que se inscreveram...), volto, para falar de desporto.
Numa conversa com um nome proeminente no desporto nacional, especificamente no futebol de formação, gostaria de partilhar um tema: frustração em crianças/adolescentes no desporto de formação.
Uma criança é contratada (palavra forte, bem sei) e faz toda a formação (dos 10 aos 19 anos) num clube de prestígio. Grandes perspectivas, grande futuro, grande auto-estima, mas... e agora?
Vai jogar para um clube da 3ª divisão nacional, a ganhar pouco mais de 500€/mês.
Deixa de ter o mediatismo/condições de outrora.
Valeu a pena viver tantos anos de esperanças e expectativas elevadas?
Há quem ache desumano... exploração infantil: "ai, tadinho do menino, está longe da família, treina de manhã, de tarde... não tem amigos, não brinca... exigem tanto dele..."
As questões que levanto são: o percurso escolar de uma criança normal não é igual? E se não entra em medicina? E os sonhos da criança/adolescente? E o sonho dos pais, que até pagaram aquele externato caríssimo, que quase obrigava obter uma média de 19,5?
Porque odeiam tantas pessoas o desporto? Especialmente o futebol...